A nomeação de Cláudia Queda de Toledo para a presidência da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) segue como alvo de críticas de entidades e no meio universitário. No fim de semana, engrossaram a lista a USP, Unesp e Unicamp, através de comunicado conjunto. Além do currículo considerado fraco, os críticos apontam suspeita de plágio na tese de mestrado de Cláudia.
Indicada na semana passada ao cargo, Cláudia era reitora do Centro Universitário de Bauru, interior de São Paulo, antes conhecido como Instituto Toledo de Ensino (ITE), onde também se formou o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ela substitui Benedito Aguiar, defensor do criacionismo nomeado por Abraham Weintraub em 2020.
A instituição comandada por Cláudia teve curso de mestrado descredenciado pela Capes em 2017 após obter nota insuficiente para seguir funcionando – a decisão depois foi revertida.
A Capes é responsável por fomentar e regulamentar a pós-graduação, além de ajudar na formação dos professores da educação básica. Em comunicado, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) declarou e currículo. “Consideramos que esta função não pode estar subordinada às diretivas de alinhamento político”, afirma o texto.
Na semana passada, 15 entidades científicas criticaram, em carta, a nomeação de Cláudia, solicitando “imediata substituição”. O documento afirma que o currículo da agora presidente da Capes “contém atividades que em nada representam as outras atividades historicamente desempenhadas pela Capes”.
Cláudia é advogada “e obteve doutorado em direito constitucional em 2012 pela instituição que depois viria a ser reitora. Em 2008, apresentou dissertação de mestrado na PUC-SP, intitulada “O ensino jurídico no Brasil e o Estado Democrático de Direito”. Ao menos três trechos do texto são cópias literais ou muito próximas de artigos de periódicos e da Wikipedia, segundo Lauro Jardim, colunista de “O Globo”.
Em nota, a Capes rebate a acusação, diz que todo trabalho acadêmico está sujeito a correções e que a existência de plágio pressupõe dolo, o que não teria ocorrido. “As passagens do texto que foram mencionadas referem-se a elementos descritivos de elaboração de textos normativos ou planos de gestão acadêmica. Não se referem a ideias, conceitos teóricos ou a dados experimentais obtidos por outros autores e incluídos sem referências. A supressão dessas passagens não altera o fundamento da dissertação ou suas conclusões”, afirma o comunicado
FONTE: ABMES
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