REDES DE COOPERAÇÃO SÃO FUNDAMENTAIS PARA SOBREVIVÊNCIA DAS IES

Jeferson Vinhas, CFO da Unicesumar, foi um dos palestrantes da mesa que abriu o segundo dia do FNESP discutindo a importância das redes de cooperação (Foto: Semesp/ Guilherme Veloso)

Nesta quinta (28), o segundo dia do FNESP teve como primeira sessão uma mesa sobre Estratégias para a Sobrevivência das Instituições de Ensino Superior: do redimensionamento ao crescimento, focada na discussão sobre o papel estratégico cada vez mais importante que as redes de cooperação têm exercido para o crescimento do setor do ensino superior.

O diretor de Relações Institucionais do Semesp e executivo de Redes e Parcerias na Unifeob, João Otávio Bastos Junqueira, iniciou a discussão afirmando que as instituições de ensino superior no Brasil ainda não aprenderam a colaborar e cooperar. “O Semesp tem assumido um importante papel na defesa das redes de cooperação, ajudando as IES a perceberem a importância da colaboração para que as instituições inovem e não percam a relevância”, afirmou.

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Em seguida, Douglas Wegner, pesquisador do Observatório de Redes da Unisinos, citou dois dos pilares fundamentais para a composição de uma rede, a organização estratégica e o relacionamento, detalhando ainda quais os principais benefícios da iniciativa: ganhos de escada e representatividade dos participantes; geração de soluções coletivas ou compartilhamento e desenvolvimento de competências e recursos; redução de custos e riscos; aprendizagem e inovação colaborativa; e o desenvolvimento de capital social e contatos estratégicos.

Para Wegner, faz todo sentido atualmente, em virtude da pandemia, discutir o tema da colaboração. “Finalmente compreendemos que colaborar é uma das estratégias mais importantes que podemos desenvolver, mais do que nunca precisamos superar a cultura da individualidade”, defendeu. “Ainda assim, o Brasil tem um longo caminho a percorrer quando falamos de redes colaborativas e é preciso avançar nesse tema para que as IES se tornem mais competitivas de forma efetiva”, acrescentou.

Jeferson Vinhas, CEO da Unicesumar e presidente do FinanCIES, subiu ao palco fazendo uma provocação em relação ao tema. De acordo com ele, as redes de cooperação surgem muito mais de uma vontade política das instituições de ensino do que da necessidade de uma formação estruturada. “É preciso uma predisposição para querer trocar informações, e isso depende da maturidade das IES e de seus gestores”, decretou. “Essa mensagem precisa ser reforçada porque as redes de cooperação vão além das compras coletivas e compartilhamento de professores”.

Reitor do Unisuam, Arapuan Motta Netto explicou um pouco o funcionamento da Rede de Cooperação G7, a primeira entre as redes de cooperação do Semesp a assinar um acordo de governança (Foto: Semesp/ Guilherme Veloso)

Dando prosseguimento às discussões, o reitor da Unisuam e coordenador da Rede G7, do Semesp, Arapuan Motta Netto, contou um pouco sobre a experiência da rede, a primeira dentre as redes do projeto do Semesp a desenvolver e assinar um acordo de governança. Para ele, as redes são algo baseado em pessoas que buscam novidades. “No papel, é algo simples mas que demanda compromisso de todos os envolvidos para que os objetivos sejam alcançados”, explicou.

Arapuan Motta Netto afirmou que a rede ganhou força durante a pandemia graças a uma melhor estruturação das reuniões e do fortalecimento da confiança entre os membros, fundamental para que os participantes pudessem contar experiências e histórias. “A base de nossa rede é o compartilhamento, a confiança e a cooperação para que juntos possamos ter estratégias positivas para nossas instituições. O acordo de Governança foi criado para basear nossas ações em conjunto e esclarecer as regras para fortalecer nossa confiança”, disse. “É um passo de consolidação e maturidade da nossa rede”.

A mesa teve também a participação de Luiz Roberto Liza Curi, membro do Conselho Nacional de Educação – CNE, que trouxe uma abordagem mais política e regulatória sobre as redes de cooperação. Ele adiantou que o CNE já desenvolveu um parecer sobre o assunto que está em votação pelo conselho para que futuramente se transforme em uma resolução que vai orientar a formação e funcionamento das redes de cooperação.

FONTE: SEMESP