Após dois anos de forte queda no volume de matrículas em cursos de ensino superior presencial devido à pandemia — que provocou muitos cancelamentos ou transferência para a modalidade digital, que tem mensalidade menor —, esse segmento voltou a crescer.
Segundo levantamento realizado pela consultoria Educa Insights, com 22 instituições de ensino de várias regiões do país e que não inclui os consolidadores, houve um crescimento de 39% no volume de calouros em cursos presenciais neste primeiro semestre quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Entre as cinco listadas na bolsa, o crescimento também foi expressivo: Ânima viu o número de novas matrículas aumentar 13,3%; na Cruzeiro do Sul, a alta foi de 26%; Kroton cresceu 13,5%; a Ser Educacional avançou 26,9% e a Yduqs viu o volume de calouros crescer 39%.
Outro ponto interessante é que a base de alunos de graduação presencial também teve alta, mostrando que os grupos conseguiram também controlar a evasão. Entre as listadas, a variação foi de até 7,5% considerando o crescimento orgânico.
Segundo Daniel Infante, sócio da Educa Insights, o desempenho do primeiro semestre, no segmento presencial, levou o setor pela primeira vez a níveis próximos do que foi o pré-pandemia no lado presencial.
Segundo dados do MEC, o setor registrou em 2019, 1,5 milhão de novos alunos em cursos presenciais e 1,27 milhão de calouros em 2020.
No entanto, há ainda um caminho a percorrer. O tíquete médio teve queda, principalmente, quando se exclui os cursos de medicina. Há uma guerra de preço que se acentuou na pandemia. Essa redução já vem sendo sentida desde 2015, quando o Fies, programa de financiamento estudantil do governo federal, reduziu drasticamente de tamanho.
Ainda conforme levantamento da consultoria, a maior procura neste começo de ano foi por cursos semipresenciais e híbridos, com alta de 43% no número de novos ingressantes em comparação com mesmo período do ano passado.
“A pesquisa mostra que os dois anos da pandemia mudaram a cabeça dos estudantes a respeito da oferta de EAD. O interesse deles pelas graduações não presenciais quase dobrou. Continuamos percebendo que os cursos a distância vão continuar crescendo mais rápido do que os tradicionais”, explicou Celso Niskier, presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
FONTE: ABMES
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