Lifelong learning cria mercado para IES

Formação continuada e a aprendizagem baseada em competências atreladas à inteligência artificial, desenvolvem habilidades mais afinadas com necessidades de mercado. E pode reter mais alunos.

A mudança de mentalidade voltada para o aprendizado constante é uma cultura que vem caminhando há alguns anos, mas que em pleno acontecimento da transformação digital, se faz urgente e necessária. Em live oferecida pela Coursera, em parceria com a plataforma Ensino Superior, na última quarta-feira (6), foi ressaltada a obsolescência do formato atual de ensino, no qual a estrutura de quatro anos para obtenção de um diploma já não satisfaz as necessidades dos alunos, nem das demandas de mercado.

É nesse contexto que Brian Rios, customer success manager da Coursera, explora o conceito de educação continuada e explica como a complementação do conteúdo da sua plataforma ao conteúdo pedagógico das instituições, pode ajudar a identificar e desenvolver habilidades específicas de cada aluno por meio da aprendizagem baseada em competências. “Não é que o diploma não seja mais necessário, mas é preciso entender que ele não é o fim”.

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A plataforma de aprendizagem em nível global Coursera, ajuda as IES a identificarem quais habilidades devem ser desenvolvidas em determinado curso com recomendação de conteúdo personalizado e em tempo real para os alunos, promovendo interações com outros de toda parte do mundo, medindo a avaliando o desempenho por meio de quizzes e exames, de maneira que possam ser aplicados em situações reais. De forma online, complementa o conteúdo próprio das instituições com certificação de gigantes internacionais como Harvard e Darthmouth, além de parcerias com empresas como Microsoft e Google.

“Desde 2008 já se trabalha com formação baseada em competências e muito se avançou de lá para cá, mas o que se vê agora é que com a chegada de inteligência artificial (IA), conseguimos rastrear skills”, diz Aécio Lira, diretor geral da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Santa Catarina, que utiliza o sistema Coursera e recursos de IA na formação que tem oferecido inicialmente para empresas e seus colaboradores. Com a transformação digital temos uma oportunidade extraordinária de formar por competência, recuperar e capacitar em sala de aula, diferente do Enade, que tem objetivos regulatórios de medir índices. Precisamos de um sistema para a sala de aula, para que possamos acompanhar a evolução de alunos e professores durante a formação”, acrescenta.

“Mudar sala de aula no Brasil será um processo demorado”

Brian Rios acredita que a estrutura de ensino realmente se encaminha para o híbrido, mas o que conta é o conteúdo. Tratando-se do ensino superior, deve ser cada vez mais preocupado com a relevância para o trabalho e aprendizagem ao longo da vida. “Penso que a experiência da sala de aula tradicional deve evoluir e que daqui a cinco a 10 anos, a IA vai incentivar essa mentalidade de estar sempre aprendendo”.

Para Lira, esse processo de transformação ainda será lento, por causa da dependência do setor quanto à regulação do MEC, acrescentando que o professor conteudista não se sustentará no novo cenário e que a “sala de aula tem sim os dias contados, mas só o tempo demandará suas particularidades. A mudança é profunda e muitos ainda não se deram conta”, conclui.

Fonte: Revista Ensino Superior