A estimativa é que 105 mil estudantes não retornaram aos estudos
As secretarias de Educação do município e do estado do Rio de Janeiro estão desenvolvendo estratégias para localizar os estudantes que deixaram de assistir às aulas durante a pandemia da covid-19 e ainda não retornaram às escolas. A estimativa é que sejam 25 mil estudantes na capital e cerca de 80 mil na rede estadual.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, responsável principalmente pela educação infantil e ensino fundamental, todos os anos há estudantes que deixam de frequentar as aulas e até mesmo abandonam os estudos. Com a pandemia e o fechamento prolongado das escolas em 2020, no entanto, o quadro se agravou.
“Houve um forte desengajamento dos alunos e seus familiares. Chegamos ao número de 25 mil contabilizando os alunos que não estão em aulas presenciais e não interagiram com a escola e seus professores”, disse a pasta em nota.
Já a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc-RJ), responsável principalmente pelo ensino médio, informou que cerca de 80 mil estudantes permanecem infrequentes, ou seja, frequentaram menos de 75% das aulas presenciais ou remotas. Isso não significa, de acordo com a pasta, que esses alunos tenham abandonado a escola. Ainda é possível a reposição dos conteúdos e o cumprimento da frequência exigida até o final do ano letivo, segundo a secretaria.
Busca ativa
Para evitar que esses estudantes abandonem permanentemente os estudos, ambas as redes de ensino desenvolvem ações para trazê-los de volta às escolas.
A secretaria municipal informou que está em curso um projeto de busca ativa que conta com uma articulação com as demais secretarias, especialmente a de Saúde e a da Assistência Social, e subprefeituras. Além disso, a pasta utiliza a plataforma de Busca Ativa Escolar, elaborada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) para identificar crianças e jovens fora da escola.
A secretaria atua ainda na mobilização dos diretores e professores junto aos responsáveis e colegas dos alunos ausentes e utiliza as redes sociais e até mesmo carros de som.
No âmbito do estado, para manter o vínculo do estudante com a escola, a Seeduc-RJ tem orientado a rede sobre os procedimentos para realização da busca ativa e promovido diferentes campanhas de resgate de alunos com baixa frequência e/ou nota.
Segundo a pasta, as escolas estaduais também desenvolvem estratégias autônomas de acordo com as necessidades e a realidade local, tais como visita às residências de estudantes; mensagens por redes sociais; reuniões virtuais com pais e responsáveis; articulação com grêmios estudantis, associação de moradores e entidades públicas locais; apoio de rádios comunitárias, entre outras.
Aulas presenciais
A rede municipal de ensino do Rio de Janeiro começou o retorno das aulas presenciais sem rodízio de alunos, na segunda-feira (18). Na primeira fase, retomam as aulas a pré-escola, 1º, 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e o programa Carioca II.
Até a semana passada, as aulas presenciais vinham sendo feitas em sistema de rodízio, com metade da lotação das turmas, devido à pandemia da covid-19. Os grupos se alternavam de semana em semana entre os ensinos presencial e remoto.
Todas as escolas da rede estadual de ensino estão abertas, ofertando o modelo de ensino híbrido, com aulas remotas e também presenciais para todos os alunos que optarem por essa modalidade, exceto aquelas escolas cujos municípios encontram-se com norma proibitiva para atividades pedagógicas presenciais. As unidades escolares cumprem todos os protocolos e orientações definidos pela Secretaria de Estado de Saúde.
Brasil
A exclusão escolar é uma preocupação não apenas no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. O número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no país saltou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020, de acordo com o estudo Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um Alerta sobre os Impactos da Pandemia da Covid-19 na Educação, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) Educação.
Edição: Fernando Fraga
FONTE: AGENCIA BRASIL
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