O futuro da educação é híbrido. A afirmação é resultado do que foi explanado durante o seminário “Educação Superior Pós-Pandemia: como as IES devem superar os novos desafios”, realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) nesta quinta-feira (14). Após dezenove meses de mudanças e inovações decorrentes da pandemia da Covid-19, as instituições de educação superior (IES) se deparam com o “novo normal”. A reformulação de modelos e currículos foi acelerada neste período pandêmico devido às novas tecnologias e novos conteúdos. Essa inovação a serviço do aprendizado veio para ficar.
“Estamos num momento de superação, deixando para trás os piores momentos. No cenário de crise, tivemos que nos adaptar com as atividades remotas. Em poucas semanas as IES conseguiram. O momento agora é pensar no ’novo normal’. Para isso, a ABMES convidou dois especialistas com cases bem-formulados para compartilhar as melhores práticas adotadas”, destacou Celso Niskier, diretor presidente da ABMES.
Na primeira experiência, o cientista digital para projetos de inovação e startups, Maurício Garcia, relatou a formulação de um modelo pedagógico nascido e testado por alunos durante a pandemia, virtualmente. Utilizando o quadrante hibrido, Maurício explicou que ensino híbrido ou virtual, síncrono ou assíncrono, deve ser levado em conta quando se pensa no modelo a ser adotado pela IES, de pequeno ou grande porte. O exemplo trazido foi a criação do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), sem sala de aula convencional, apenas com “ateliês”, composto por cinco mesas para oito alunos, incentivando o trabalho em grupo. O modelo de ensino foge do tradicional, descarta as disciplinas e foca em projetos com ênfase em atividades práticas.
O cientista explicou que um terço da carga horária será reservado para a execução de projetos a fim de atender a necessidade de alguma empresa ou ONG. Outro terço contará com aulas teóricas e o restante dedicado para o estudo dos alunos. A primeira turma começa em 2022. “Um modelo baseado em projeto tem muitos desafios e um deles é saber se todo o conteúdo está sendo abordado e com a densidade correta. Qualquer instituição pode adotar esse modelo e se beneficiar porque somos uma instituição sem fins lucrativos, com o objetivo é formar uma rede de inovação”, destaca.
O segundo case, apresentado por Alexandre Mathias, sócio e head do segmento de Ensino Superior da Liga Educacional, expôs o projeto da Liga Educacional, desenvolvido para as instituições independentes que precisam aplicar a inovação pós-pandemia. Mathias defendeu a diferenciação das pequenas e grandes IES, baseada em projetos e modelo pedagógico. Entre os benefícios da aplicabilidade do projeto estão a redução da evasão escolar em 40%; captação de novos alunos e a eficiência das IES, mostrando que o aluno pode adquirir o conhecimento em qualquer momento, independente da modalidade, minimizando os custos. “Mais do que produtos e serviços, criamos um ecossistema de inovação educacional para promover o crescimento exponencial das IES no Brasil”, ponderou Mathias.
Ao responder perguntas dos expectadores via chat, Celso e Mathias alertaram para a importância da comunicação das IES com os alunos no momento de destacar todo o leque de experimentação, das tecnologias ofertadas, do modelo pedagógico, da vivência e experimentação por meio da tecnologia. O seminário “Educação Superior Pós-Pandemia: como as IES devem superar os novos desafios” faz parte das ações contínuas da ABMES em prol da educação superior brasileira. O evento foi realizado em formato híbrido, presencialmente na sede da Associação, em Brasília, e virtualmente pelo YouTube.
FONTE: ABMES
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