Enem 2017 tem impasse sobre uso de detectores de metais no exame

Inep entrou na Justiça dizendo ser dono de 80 mil equipamentos usados por empresa. Cebraspe diz que comprou os detectores e negocia cessão.

Por G1

Os detectores de metal utilizados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são alvo de uma disputa judicial e um impasse entre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação, Seleção e Promoção de Eventos (Cebraspe), antigo Cespe, da Universidade de Brasília (UnB), que foi responsável por aplicar o exame entre 2014 e 2016.

Agora, com um novo consórcio responsável pelo Enem 2018, o governo entrou na Justiça para contestar a propriedade dos detectores de metal que foram usados pelo Cebraspe nas edições anteriores. De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, a disputa judicial teve no dia 9 sentença favorável ao Cebraspe. Na sentença, ela diz que o Inep não comprovou que os equipamentos foram comprados com seus próprios recursos ou registrados em seu inventário patrimonial.

O Inep comunicou em abril que iria romper o vínculo com o Cebraspe. Logo depois, o instituto anunciou a contratação de FGV, Cesgranrio e Vunesp para a aplicação e correção. Como antes, a prova continuar a ser elaborada, montada e diagramada pelo governo federal.

Apesar da disputa judicial, o governo garante que as medidas de segurança estão garantidos para o Enem 2018. Em nota ao G1, Eunice Santos, diretora de Gestão e Planejamento do Inep, disse que o exame vai contar com os detectores de metal. Entretanto, não deu detalhes sobre como eles serão obtidos e não detalharam a ação judicial.

Enem 2017: veja o que muda com contratação de FGV, Cesgranrio e Vunesp e saiba quem vai fazer as questões

Já o Cebraspe, informou que, entre 2014 e 2016, adquiriu 80 mil detectores de metal quando foi parte do consórcio aplicador.

“Os detectores de metal foram adquiridos exclusivamente pelo Cebraspe, e empregados de maneira a garantir a segurança dos eventos realizados pelo Centro, restando evidente que esses aparelhos são de sua propriedade. Como o Cebraspe não fará parte do consórcio aplicador do Enem 2017, não há qualquer obrigação contratual para a cessão desses aparelhos para o atual consórcio”, informou em nota o órgão.

Apesar disso, o órgão diz que negocia a cessão dos equipamentos. “No entanto, diante da solicitação do Inep para utilização desses detectores no Enem de 2017 e com o intuito de contribuir para o êxito dessa aplicação, o Cebraspe está analisando os aspectos jurídicos, estatutários e técnicos para verificar a possibilidade de cessão de parte dos detectores, preservando-se a segurança das diversas atividades do Centro”, disse o órgão.

CEBRASPE
Fonte: G1