O número de matrículas na educação à distância teve um salto de 192,4% ao longo de dez anos no Brasil. O índice é muito superior ao crescimento registrado nos cursos presenciais, que tiveram um aumento de apenas 20,3% no mesmo período. Considerando a evolução no número de matrículas de 2018 para 2019, a EAD cresceu 19,1%, enquanto os cursos presenciais tiveram uma retração de 3,8%.
Os dados do Censo da Educação Superior 2019 foram apresentados nesta sexta-feira pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). De acordo com o Censo, a educação à distância é a responsável por puxar para cima o número de novos alunos no ensino superior brasileiro. Enquanto a entrada de novos estudantes por meio dessa modalidade cresceu 15,9%, no ensino presencial houve uma redução de 1,5%.
Em 2009, o número de matrículas na EAD era 838.125, dez anos depois, a quantidade chega a 2.450.264, que corresponde a 28,5% do total de matrículas da educação superior.
Já no caso das matrículas presenciais, o país saiu de um patamar de 5.115.896 para 6.153.560, o que representa 71,5% do total. Apesar do crescimento, o ritmo é bem abaixo do registrado no ensino remoto. De 2018 para 2019, o país perdeu 240.684 matrículas nessa modalidade. A maior parte das matrículas em EAD, 93,6%, se concentra na rede privada, e apenas 6,4% na rede pública. A distribuição entre as redes acompanha a tendência verificada no total de matrículas: 75,8% estão nas instituições privadas e 24,2% nas públicas.
Embora haja uma diferença pequena em relação à taxa de estudantes que desistem do curso no modelo presencial e à distância, neste último a taxa é maior. Segundo o Censo, em relação aos estudantes que entraram em 2010 no ensino superior, a taxa de desistência acumulada foi de 63% ao final de dez anos. No modelo presencial essa taxa foi de 59%. Isso significa que esse percentual dos alunos que entraram em 2010 desistiu do curso por meio da desvinculação dele ou por transferência.
O perfil predominante dos estudantes da EAD é composto por alunas de licenciatura, que estudam em universidades privadas e concluem o curso, em média, aos 30 anos. No presencial, em geral, a opção é por cursos de bacharelado e a idade média de conclusão é aos 23 anos. O GLOBO RECOMENDA
Fonte: ABMES
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