Dados da desigualdade racial na educação brasileira

Os dados de 2019, apontam que na faixa etária entre 18 e 24 anos, pessoas brancas têm duas vezes mais chances de estarem na universidade ou de já terem concluído o ensino superior, do que pretos e pardos. Além disso, a diferença salarial entre brancos e negros é de 45%, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2019.

O levantamento revela ainda que a concentração de negros (pretos e pardos) em atividades que exigem menos instrução escolar é bem maior que a de brancos, destacando as áreas de construção (65,2%), serviços domésticos (66,6%) e agropecuária (62,7%).

O abandono das políticas públicas reforça a desigualdade racial vista também nas porcentagens de taxa de evasão escolar e da dificuldade de acesso, que continua a empurrar negros e negras para subempregos, apesar da mudança de mentalidade que começa a ser trabalhada nas empresas e instituições de ensino com a implantação de núcleos para a diversidade e inclusão.

“As desigualdades já começam na questão das oportunidades. Muitos jovens ingressam no mercado de trabalho com uma defasagem na aprendizagem vinda de um ensino precarizado”, conta Ednalva Moura, diretora de diversidade do Instituto Ser +, que oferece capacitação profissional para jovens em situação de vulnerabilidade em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

Representatividade

A diferença, por vezes, é feita de cima para baixo: algumas instituições já perceberam o impacto das agendas de diversidade e inclusão como uma questão fundamental e passam a dar os primeiros passos para uma melhora na desigualdade racial ao mudar a cara de suas gestões e corpos docentes. Como representatividade é importante, o compromisso do Instituto Singularidades é ter até 2024, 30% de professores negros. Na Yduqs, grupo educacional que encabeça diversas instituições de ensino superior pelo Brasil, passou a contar com consultoria especializada para programas de trainee e com isso dar oportunidade para pessoas negras em cargos de liderança.

As ações nesse sentido se mostram cada vez mais importantes por causa do racismo ainda tão presente, pois, como diz a filósofa Djamila Ribeiro em seu Pequeno Manual Antirracista: “A capacidade desse sistema de passar despercebido, mesmo estando em todos os lugares, é intrínseca a ele. Acordar para os privilégios que certos grupos sociais têm e praticar pequenos exercícios de percepção pode transformar situações de violência que antes do processo de conscientização não seriam questionadas”.

Então que todos consigam refletir e efetivar as mudanças.

Fonte da Notícia: REVISTA ENSINO SUPERIOR