Aumenta procura por financiamento para medicina

A busca por financiamento para cursos de medicina tem aumentado. Na Pravaler, fintech de financiamento estudantil, do início de 2024 até o presente momento, a procura de estudantes cresceu mais de 100% em relação ao mesmo período de 2023. Para Beto Dantas, COO (chief operating officer) da fintech, o crescimento não está relacionado à maior demanda do curso – sempre muito procurado –, mas sim ao entendimento do público das vantagens em recorrer a um programa de financiamento.

Com a alta na procura por financiamento para a área, neste ano o Pravaler deu início à sua nova solução para a captação de novos alunos para medicina. “Conseguimos criar um produto adequado para as universidades e de uma forma que não pesa no bolso dos alunos. O que ocorre é que, em outras empresas privadas que fazem financiamento de medicina, há uma média de 2% de juros ao mês. E são os juros que fazem a diferença. Com a nova solução, a própria universidade subsidia parte desses juros para que o aluno possa estudar, enquanto nós cobramos a metade dos juros que o mercado cobra”, explica.

Na fintech, os resultados da solução têm sido positivos. “Foi muito assertiva. Demos início em janeiro deste ano e, até hoje, já nos trouxe 15 universidades parceiras”, comenta. Com essa iniciativa, comparado ao ano anterior, diferentes IES parceiras do Pravaler tiveram um aumento no número de alunos que ingressaram na formação de medicina. Entre elas, o grupo Yduqs. Silvio Pessanha Neto, CEO do Idomed – Instituto de Educação Médica do grupo, o acesso de alunos que possuem um alto desempenho acadêmico engrandece o nível das discussões em sala e aumenta a representação de egressos nos melhores programas de residência. “O financiamento é, portanto, um instrumento que simultaneamente amplia acesso e eleva qualidade, e que deve continuar tendo um papel importante para o crescimento e a melhoria contínua que projetamos para os próximos anos”, afirma.

Na análise de Dantas, o financiamento estudantil tem ganhado força desde 2022. “O próprio governo fomentou muito a volta do Fundo de Financiamento Estudantil – Fies, o que fez com que os alunos começassem a abrir a cabeça para tentar algum financiamento, seja público ou privado”, diz. “O financiamento tornou-se uma possibilidade para que os alunos façam o curso que realmente querem, e não o que eles podem financeiramente fazer. Quando o aluno faz um curso que não deseja, acarreta em evasão. Muitos estudantes evadem do ensino superior porque começam um curso que não é o dos seus sonhos”, acrescenta.

Para o executivo, a recente proposta do Fies social veio para somar. “Achei super cabível porque o novo Fies vem para atender um público que teria dificuldade de obter financiamento conosco. É muito assertivo da parte do governo olhar para aqueles alunos que realmente tem uma renda baixa”, pontua.

Beto reconhece a responsabilidade de ofertar créditos para um estudante de medicina, dado o alto ticket da graduação. “Precisamos ser muito corretos em nossas análises e em nosso produto para entregar um financiamento que os alunos realmente consigam pagar, e que no futuro não piore a vida deles com uma dívida”, pondera.

Fonte da Notícia: REVISTA ENSINO SUPERIOR