13º CBESP e o empreendedorismo na agenda da educação superior

Celso Niskier

Diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)
Reitor do Centro Universitário UniCarioca

Depois da pausa forçada que impediu a realização do evento em 2020, nesta semana acontecerá a 13ª edição do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP). Nos dias 27 e 28 de maio, a Linha Direta e o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular reunião alguns dos maiores especialistas do país para debater um tema essencial no atual contexto: Empreendedorismo e Educação Superior: Construindo Modelos Inovadores em Tempos de Covid-19.

Pela primeira vez, o evento será on-line devido ao distanciamento social ainda necessário neste primeiro semestre de 2021. Contudo, de modo algum isso significa queda na qualidade. Pelo contrário, poucas vezes tivemos um Congresso com tantos nomes do mais alto gabarito e que são referência nas suas respectivas áreas.

Por exemplo, a palestra magna de abertura será proferida pelo físico e cosmologista brasileiro Marcelo Gleiser. Reconhecido mundialmente e vencedor do Prêmio Templeton 2019, entregue a pessoas que contribuíram de forma “excepcional” para a afirmação da dimensão espiritual da vida por meio de ações e trabalhos práticos, Gleiser compartilhará com os participantes sua compreensão sobre Tecnologias exponenciais e o futuro da educação e do trabalho.

No fechamento, Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil, nos brindará com sua inteligência, perspicácia e sensibilidade ao falar sobre O empreendedorismo e o futuro do Brasil. Entre Gleiser e Maria Luiza, seremos convidados a um mergulho profundo na intersecção entre empreendedorismo e educação.

A programação do 13º CBESP está repleta de referências nas duas áreas, como Janguiê Diniz, João Kepler, Antonio Carbonari Netto, Carol Paiffer, Yaron Edel, Paulo de Tarso, Murilo Ângeli, Evandro Menezes, Luis Garcia, Joaquim José Soares Neto, Luiz Roberto Liza Curi e muitos outros.

Tanto empenho na construção de um evento com tamanha qualidade se deu em virtude da importância de transformarmos o debate sobre esse tema em ações concretas. É urgente a necessidade de estimular uma visão mais empreendedora dos gestores para, a partir daí, fazer girar a roda do empreendedorismo na sociedade como um todo. Inclusive, aproveito a oportunidade para agradecer, mais uma vez, toda a dedicação da competente comissão científica do CBESP que, ao longo de meses, se esforçou para imprimir esse nível tão alto ao Congresso. Muito obrigado a Iara de Xavier, Débora Guerra, Max Damas, Paulo Chanan, Rui Otávio, Valdemar Ottani e Sólon Caldas.

Acreditamos que é chegada a hora de focarmos nos três eixos estratégicos que nortearão os dois dias do Congresso: 1) como transmitir o vírus do bem, o vírus do empreendedorismo, para o jovem estudante (sala de aula, projetos de extensão, criação de startups dentro das IES etc.); 2) o empreendedorismo das IES, ou seja, como elas podem se tornar organizações mais empreendedoras buscando fontes alternativas de receitas, criando novos cursos, desenvolvendo plataformas digitais para os estudantes; e 3) o estímulo ao empreendedorismo em geral nas políticas públicas.

Há que se ressaltar que o terceiro ponto é essencial para que os outros dois se concretizem. É preciso que o país avance em novos modelos de regulação e avaliação, além do financiamento de iniciativas inovadoras. Caso contrário, a construção de novos modelos educacionais seguirá presa por âncoras extremamente pesadas e amarradas a compreensões que já não faziam sentido neste disruptivo século 21, quiçá depois da revolução (à fórceps) imposta à sociedade no último ano.

Então, que venha a 13ª edição do CBESP. Que venham novos conhecimentos, compartilhamento de ideias e, sobretudo, uma nova forma de se pensar e estruturar a educação superior brasileira.