Celso Niskier, Vice-Presidente do SEMERJ e Diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)Reitor do Centro Universitário UniCarioca
22/08/2022 06:00:01
Que a educação transforma vidas, não há dúvida. Existe uma série de dados e estatísticas que comprovam os benefícios sociais e econômicos obtidos por quem estuda. O que os números não mostram são as pessoas que estão por detrás deles. Histórias como as do Marcelo e do Guilherme, dois jovens negros, filhos de empregadas domésticas e que cresceram em comunidades pobres de Belo Horizonte/MG. As semelhanças entre os dois, contudo, terminam aí.
Hoje, adultos, Guilherme está desempregado e segue vivendo na mesma comunidade. Por necessidade. Marcelo, tem emprego, um bom salário, ajuda a família e também mora no mesmo local. Por opção. O que fez com que as vidas de dois jovens com estruturas sociais tão parecidas tomassem rumos tão distintos? O acesso à educação superior.
Marcelo e Guilherme poderiam ser dois personagens fictícios criados para ilustrar a realidade de muitos jovens brasileiros. Mas eles são reais e eu não os conheço pessoalmente. Sei das suas histórias porque elas foram contadas a mim por meio da imprensa, mais especificamente pela TV Rede Minas, vencedora na categoria Vídeo Regional na 5ª edição do Prêmio ABMES de Jornalismo, cuja cerimônia de premiação aconteceu em 9 de agosto, no bojo das celebrações pelos 40 anos da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
A imprensa capaz de nos apresentar histórias como essas é a mesma que exerce a função social de informar a sociedade, de cobrar do poder público políticas de inclusão e desenvolvimento econômico e de monitorar os agentes públicos no exercício das suas atribuições. No âmbito da educação, a mídia brasileira tem sido fundamental ao caminhar lado a lado da sociedade na cobrança por qualidade e ampliação das políticas de acesso à graduação.
Ao criar, em 2017, o Prêmio ABMES de Jornalismo, a Associação teve como objetivo reconhecer e valorizar essa importância da imprensa, bem como dar visibilidade à cobertura jornalística da educação superior brasileira. Desde então, temos acompanhado ainda mais de perto a cobertura oferecida pelos veículos de comunicação a essa temática, e tem sido notório o empenho e o crescimento do interesse dos profissionais de mídia pelas pautas relacionadas ao nível terciário da nossa educação.
Esse comprometimento ficou evidenciado em cada uma das 265 inscrições realizadas nas seis categorias do prêmio, deixando aos jurados Arnaldo Niskier, Marcos Vilaça e Merval Pereira a difícil tarefa de selecionar os vencedores. Além da reportagem Exclusão no Ensino Superior, da TV Rede Minas e apresentada acima, também sagraram-se vitoriosos os trabalhos Especial Mulheres na Ciência, do O Povo na categoria Escrito Nacional; Empresas investem em formação de desenvolvedores, da CNN Brasil na categoria Vídeo Nacional; Ensino Superior no Brasil: a educação que desacelerou, da Rádio Band News FM na categoria Áudio Nacional; Profissões do futuro: quais são e como impactam o mercado de trabalho, do Correio Braziliense na categoria Escrito Regional; e Portas, da Rádio CBN João Pessoa na categoria Áudio Regional.
O Prêmio ABMES de Jornalismo foi a forma que o setor particular de educação superior encontrou para agradecer o trabalho essencial desenvolvido pela imprensa e demonstrar sua admiração por esses profissionais. Trazer ao conhecimento público histórias como as do Guilherme e do Marcelo é importante para a construção de uma sociedade que valorize, cada vez mais, a educação. Além disso, é fundamental para que possamos seguir com a convicção de que precisamos perseverar na batalha por uma educação de qualidade, inclusiva e acessível. Parabéns à imprensa brasileira!
