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Avaliação externa virtual in loco: a (r)evolução que deu certo

Celso Niskier

Celso Niskier, Vice-Presidente do SEMERJ e  Diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)Reitor do Centro

Em pouco mais de quatro meses, 2.053 cursos de graduação e instituições de educação superior (IES) foram avaliadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Desse total, 1.826 avaliações foram feitas na modalidade “externa virtual in loco”, criada em virtude das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, como anunciou o Inep em seminário da ABMES.

Estamos diante de números que seriam muitos expressivos mesmo em condições sanitárias normais, o que dá um pouco da dimensão do feito do Inep. Entretanto, para além das estatísticas favoráveis, a medida se mostrou mais eficiente, mais célere, mais transparente e sem prejuízo à qualidade do processo avaliativo. A inovação trouxe, ainda, economia aos cofres públicos ao reduzir significativamente os deslocamentos de avaliadores pelos quatro cantos do país.

Nos últimos meses, apenas os cursos de medicina, odontologia, enfermagem e psicologia seguiram sendo avaliados pelo modelo presencial. Os demais se ajustaram ao novo formato que, inclusive, demandou investimentos por parte das IES, como: a contratação de um sistema de nuvem para o armazenamento e compartilhamento de documentos com os avaliadores; a melhoria da infraestrutura tecnológica e da segurança da sua rede interna; e a capacitação dos colaboradores para o uso das ferramentas utilizadas durante a avaliação virtual in loco.

Ainda assim, ao contrário do que alguns poderiam supor, a receptividade à nova modalidade foi bastante positiva entre as IES. Pesquisa realizada pela ABMES, e estimulada pelo Inep, com 232 representantes de 202 instituições de educação superior constatou que para 85% dos respondentes a modalidade deveria ser mantida após a pandemia e 72% disseram preferir o modelo virtual. Além disso, 73,7% consideram que o formato pode ser empregado em cursos de graduação de qualquer área e 76,3% afirmaram que não houve prejuízo em relação ao instrumento de avaliação em função da visita ter sido realizada por meios digitais.

A avaliação externa virtual in loco também foi bem recebida entre os avaliadores. Levantamento do Inep verificou que 69,2% deles acreditam que a disponibilidade para a participação em comissões de avaliação aumentará sem a necessidade de deslocamento até a IES e 98,8% consideram dispor de ambiente e infraestrutura adequados ao trabalho remoto no processo de avaliação.

Trata-se, portanto, de um processo inovador que foi desenvolvido e implementado em tempo recorde, garantindo a continuidade das avaliações da educação superior em uma situação de crise e que já está validado por todos os segmentos envolvidos. Um grande mérito da equipe do Instituto a quem parabenizo nas pessoas do presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, e do diretor de Avaliação da Educação Superior, Luís Filipe Grochocki.

A avaliação externa virtual in loco é mais uma das mudanças trazidas pela pandemia para a educação superior e que precisa continuar quando tudo isso passar. Diante de tamanha tragédia, a busca por alternativas trouxe soluções que em condições normais dificilmente seriam pensadas, testadas e aceitas como avanços tanto no processo de ensino e aprendizagem quanto na regulação. Voltar ao contexto pré-pandemia seria um retrocesso sem precedente para a educação brasileira.

FONTE: ABMES

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