O acesso dos estudantes à internet e a falta de infraestrutura escolar foram os maiores desafios das escolas municipais em 2020. As informações são da pesquisa da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), feita com apoio do Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Neste início de 2021, a maioria das redes está discutindo protocolos sanitários e as aulas estão recomeçando, em grande parte de forma não presencial.
O estudo ouviu 3.672 municípios para entender como foi o ano letivo de 2020 e quais foram as estratégias de ensino adotadas. Com relação às dificuldades enfrentadas, 78,6% das redes respondentes identificaram um grau de dificuldade de médio a alto quanto ao acesso à internet.
Quanto à adequação da infraestrutura (garantia de equipamentos tecnológicos e cumprimento dos protocolos sanitários), 69,2% passaram por essa dificuldade.
Para o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci (SP), o acesso à internet é o dado mais grave. Ele reforça que a Undime tem falado com o Ministério da Educação (MEC) sobre a importância em acelerar o programa Educação Conectada, que tem o objetivo de apoiar a universalização do acesso à internet na educação básica.
“A Undime pediu antecipação e aceleração do programa Educação Conectada ao MEC para tirar essa desigualdade, porque as escolas com recursos modernos conseguiram oferecer e as outras se limitaram a ofertar o ensino com o que tinham”, pondera. “O MEC fez falta e foi acionado várias vezes.”
Luiz Miguel também destaca a dificuldade de acesso à internet por parte dos professores como um dado “alarmante”. “É uma questão que precisa ser priorizada: como o professor vai garantir as atividades no processo pedagógico”, afirma.
Além da internet, outras dificuldades foram a adequação da infraestrutura das escolas públicas municipais, planejamento pedagógico, acesso dos professores à internet, formação dos profissionais e trabalhadores em educação e a reorganização do calendário letivo 2020 e 2021.
Dificuldades enfrentadas
Escolas concluíram o ano letivo de 2020 em dezembro
Quase 70% das redes declararam ter concluído o ano letivo de 2020 até dezembro, índice que é predominantemente maior nos municípios com população acima de 100 mil habitantes. Entre as redes que cumpriram o calendário 2020, a grande maioria o fez apenas com atividades educacionais não presenciais e quase a totalidade declarou ter monitorado essas atividades pedagógicas.
O presidente da Undime acredita que monitorar é essencial para analisar o que está sendo feito e efetuar as correções para melhorar o aprendizado dos alunos. “O monitoramento permite fazer adequação ao método. Fazer ciência do dia a dia: observar, corrigir e ver novas possibilidades”, reforça.
Dos municípios respondentes, 95,3% declararam que as atividades não presenciais de 2020 foram concentradas em materiais impressos e orientações por WhatsApp. Na pesquisa realizada em maio de 2020, com uma pergunta semelhante, foi apurado que 43% das redes municipais apontavam os materiais impressos como parte da estratégia.
O presidente da Undime destaca que a dupla materiais impressos e WhatsApp foram essenciais para que as redes de ensino chegassem aos alunos durante o ensino remoto. “Esse foi o processo mais rico de 2020: compreender de que forma seria possível manter a escola funcionando para o aluno mesmo que de forma limitada”, observa.
Como fica o planejamento do ano letivo de 2021
Para este ano, a maioria da rede de ensino discute protocolos sanitários e as aulas recomeçam, em grande parte, de forma remota. O estudo aborda o planejamento para o ano letivo, como foram e como estão sendo feitas as estratégias de formação de profissionais e de medidas de segurança.
Além disso, 63,3% das redes planejaram começar o ano letivo de forma remota; 26,3% pretendem iniciar de forma híbrida; 3,8% de forma presencial e 6,6% ainda não definiram. As aulas estão sendo retomadas na maioria das redes entre os meses de janeiro e março.
Ano letivo de 2021
Com relação aos protocolos de segurança sanitária, 33,9% das redes estão concluindo o plane
FONTE: ABMES
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