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Educação, substantivo feminino

Celso Niskier
Diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)
Reitor do Centro Universitário UniCarioca

Já contei algumas vezes que a minha veia educacional é herança da minha avó materna, Paulina Dain Buchmann, que foi professora do tradicional Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Por meio dela me encantei com o ofício de educador e ainda hoje, passadas algumas décadas desde que lecionei a primeira aula, ainda tenho nela uma grande fonte de inspiração.

Minha avó era de um tempo no qual a emancipação feminina vinha, na maior parte das vezes, pela educação. No Brasil, durante algumas décadas, professora era profissão aceita pela sociedade para as mulheres, em especial as casadas e as “de família”. Mas o mundo mudou, a sociedade evoluiu e, hoje, as mulheres podem ocupar o espaço que desejarem dentro da sociedade.

Para a nossa sorte, contudo, muitas são as mulheres que seguem emprestando seus talentos e competência para o fortalecimento da educação brasileira. Sem fraquejar diante das adversidades, elas têm sido essenciais para processos como a construção de uma metodologia de ensino-aprendizagem mais aderente às demandas atuais, para a efetivação do direto fundamental do acesso à educação e para a pavimentação de um desenvolvimento mais justo e igualitário, somente possível por meio da educação.

Refiro-me a mulheres como Débora Guerra, Lúcia Maria Teixeira, Therezinha Cunha e Amábile Pacios, com as quais tenho a honra e o privilégio de conviver e aprender. Ao seu modo, cada uma ocupa um espaço essencial para o fortalecimento da área educacional no Brasil.

Primeira mulher eleita para presidir o Semesp, Lúcia Maria Teixeira tem uma história de quase três décadas de atuação no Sindicato, além de presidir a Universidade Santa Cecília (Unisanta). Amábile Pacios tem sido uma grande parceira e brava defensora do setor particular de ensino, com atuações de destaque na Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) e na Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE), sendo vice-presidente em ambas.

E o que dizer das pratas da casa? Uma das nossas associadas mais antigas, a professora Therezinha Cunha tem uma trajetória na educação superior que acompanha o crescimento e o fortalecimento desse nível educacional no nosso país. Coordenadora de Regulação no Centro Universitário Celso Lisboa e membro do Conselho de Administração da ABMES, é uma incansável defensora da função social da educação. Sorte a nossa.

E a Débora Guerra é uma daquelas pessoas com quem você pode contar para toda e qualquer jornada que conduza ao fortalecimento da educação superior no Brasil. Vice-presidente da ABMES há duas gestões, ela tem sido uma grande parceira e essencial para o constante reconhecimento do papel estratégico do setor e para a crescente representatividade da Associação em diversas esferas. Inquieta e atenta às transformações pelas quais a área educacional passa, Débora Guerra contribui ainda com o Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, onde ocupa uma cadeira de conselheira.

É em nome dessas mulheres, que retratam a força, a garra e a competência das educadoras brasileiras, que saúdo a todas as mulheres neste 8 de março. Não é por acaso que, em um idioma tão marcado pela flexão de gênero como o português, educação é um substantivo feminino. Não poderia ser diferente. Elas são a força que faz a educação seguir em frente.

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