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O futuro da educação é para hoje

Celso Niskier

Celso Niskier, Vice-Presidente do SEMERJ e Diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)Reitor do Centro Universitário UniCarioca

23/01/2023 06:00:01

Aprendizagem ao longo da vida, mudança de conjuntos de habilidades e capacidade de solução de problemas são as novas tendências educacionais, segundo o relatório The Future of Education, produzido pelo Google for Education em parceria com o Canvas8 em 24 países.

Dividido em três partes (Preparando para um novo futuro; Evoluindo como ensinamos e aprendemos; e Reimaginando os ecossistemas de aprendizagem – em tradução livre), o documento consolida aquilo que os especialistas na área educacional já previam para o futuro da educação no mundo pós-pandemia.

O Google destaca que nunca foi tão importante oferecer aos estudantes a oportunidade de aprender nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar. Isso porque, à medida que o mundo evolui, impulsionado por questões globais e pelo ritmo acelerado da inovação tecnológica, o que aprendemos e como aprendemos também evoluirá.

Isso significa, segundo o documento, desenvolver novas mentalidades e conjuntos de habilidades para que os indivíduos se tornem solucionadores de problemas globais e aprendizes ao longo da vida. Para isso, é preciso tornar o aprendizado mais pessoal e acessível e encontrar maneiras mais eficientes para avaliar a aprendizagem e o progresso do aluno, para melhor apoiar os objetivos de educadores, alunos e famílias.

Ainda que as três principais tendências confirmadas pelo estudo não sejam exatamente uma novidade para quem está envolvido no universo educacional, a confirmação por meio de um levantamento global e que sintetiza os insights de 94 especialistas desponta como um norteador importante para educadores, formuladores da política educacional e para os gestores educacionais em todos os níveis de ensino.

É verdade que, no Brasil, temos um sistema regulatório que dá pouca flexibilidade para inovação no contexto das instituições particulares de educação superior, mas precisamos estar atentos e, desde já, aproveitar as oportunidades para ofertar aos nossos estudantes uma graduação conectada com as demandas e as expectativas deste novo mundo.

Faz algum tempo que a ABMES tem defendido, junto ao CNE, a revisão das DCNs para que elas contemplem as competências socioemocionais. Essa também tem sido uma das bandeiras do Fórum. Ao defendermos uma maior integração da universidade com o mercado de trabalho, estamos notadamente defendendo que a educação superior seja capaz de desenvolver nos estudantes essas habilidades cada vez mais exigidas dos profissionais, independentemente de qual seja a sua área de atuação.

Estamos às vésperas do início de um novo semestre letivo e as atividades de extensão se apresentam como um espaço propício para o desenvolvimento das habilidades comportamentais contidas nas tendências para a educação destacadas pelo Google, bem como as demais já identificadas e tão necessárias em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. É hora de a educação correr atrás e se alinhar com o que já é realidade fora das estruturas curriculares. Não há mais tempo para esperar.

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