Nos últimos anos, a educação acelerou o seu processo de digitalização e o mercado atraiu edtechs que oferecem soluções que impactam positivamente o desenvolvimento dos 47,8 milhões de estudantes brasileiros da rede pública e privada. Isso prova que o Brasil se mantém na rota de inovação mundial e é celeiro para startups.
Hoje, a educação é a bola da vez e o uso da tecnologia no setor é o seu principal vetor de crescimento, uma vez que essas soluções estão causando uma verdadeira revolução na aprendizagem e transformando a sala de aula em um ambiente mais inclusivo e personalizado, no qual o protagonista é o aluno.
A Bússola conversou com Raphael Coelho, CEO e fundador da TutorMundi, plataforma de reforço escolar que conecta alunos dos anos finais do ensino fundamental, ensino médio e pré-vestibular aos melhores universitários do país, proporcionando uma troca de conhecimento. A startup ultrapassou a marca de 120 mil aulas ministradas dentro da plataforma e cresceu 400% em 2021.
Bússola: O mercado educacional brasileiro é um dos mais tradicionais e resistentes às mudanças tecnológicas, por que nos últimos anos esse setor está tão aquecido e se tornou atrativo?
Raphael Coelho: A falta de estrutura e apoio básico foram fatores importantes para a educação brasileira acelerar seu processo de digitalização. Esse cenário atrai empreendedores entusiasmados em inovar e o Brasil oferece um ambiente mais oportuno para desenvolver empresas com potencial de crescimento acelerado.
A missão dessas edtechs, que estão crescendo em todo o mercado nacional, é introduzir uma nova maneira de pensar e desenvolver o estudante, além de explorar o potencial de cada um deles. É por isso que inúmeros empreendedores estão investindo nesse mercado e, consequentemente, estimulando o crescimento do mesmo.
Bússola: Apesar de o cenário ser positivo e próspero para as edtechs, qual o maior desafio ou problema que elas devem ter mais atenção?
Raphael Coelho: Alguns problemas de infraestrutura podem impactar e atrasar o desenvolvimento do setor. Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 4,8 milhões de estudantes brasileiros não tiveram acesso ou abandonaram o ensino regular durante a pandemia. Para que todo esse processo de digitalização e inovação educacional seja bem executado, é importante que tanto o poder público como o privado tracem estratégias capazes de promover a inclusão digital de toda a comunidade escolar.
Bússola: Com essa gama de oportunidades, o mercado educacional será o mesmo?
Raphael Coelho: Uma coisa é óbvia: nada substituirá o processo de ensino-aprendizagem tradicional, mas a educação não será a mesma. Haverá mais ferramentas para os professores continuarem ensinando e levar a educação para as regiões mais remotas.
Daqui em diante, essas soluções tecnológicas — desenvolvidas por essas startups — vão moldar o comportamento do público (estudantes, professores e gestores educacionais) e, consequentemente, vão ultrapassar as barreiras que hoje limitam a oferta de educação de qualidade e personalizada.
Do ponto de vista econômico, as edtechs vão transformar o mercado, criando modelos de negócios bem sucedidos e lucrativos, que além de impactar positivamente os índices educacionais, vão contribuir com o desenvolvimento econômico do Brasil.
Fonte da Notícia: EXAME
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