O senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da comissão de Educação e Cultura do Senado, afirmou nesta 4ª feira (20/10) que estabelecer uma proibição de ensino à distância para a medicina seria um erro.
O médico, que foi ministro da Saúde de outubro de 2015 a abril de 2016, criticou o PL 5414/2016, que proíbe o incentivo do desenvolvimento e veiculação de programas de ensino à distância em curso da área de saúde. O projeto de lei foi feito pelo atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na época em que era deputado federal.
A declaração foi dada durante o webinar “A revolução do ensino e da prática médica pós-pandemia”. O evento é uma realização do jornal digital em parceria com a Afya, maior grupo de educação médica e serviços digitais em saúde do Brasil. O objetivo do seminário virtual é debater os reflexos da crise sanitária provocada pelo coronavírus no ensino e na prática da medicina nos próximos anos. “Esse projeto de lei [contra o ensino de medicina à distância nos cursos de saúde] tem apoio do CFM (Conselho Federal de Medicina) e de vários outros conselhos. Estão todos contra o ensino remoto. Eu sou favorável ao ensino híbrido de saúde. Precisamos ser racionais e verificar onde, de fato, precisa ser remoto, e onde é preciso ser racional”, afirmou Castro.
O senador criticou a possibilidade de aprovação da lei, que ainda é discutida na Câmara. “Os tempos são outros. Não podemos aprovar essa lei, porque [o ensino à distância] ficará proibido. Há muitas matérias de medicina que você pode perfeitamente se preparar virtualmente. A grande parte da medicina terá que ser presencial. Nada vai substituir a experiencia de pegar um cadáver, abrir, dissecar. Mas você pode estudar muito melhor [virtualmente] para chegar à prática já com experiência”, afirmou.
O deputado federal Dr. Frederico de Castro Escaleira (Patriota-MG), também participante do webinar, concordou com o senador. “Acredito que as aulas remotas podem ter uma qualidade maior de conteúdo. A dificuldade do ensino médico e da saúde é que as novas tecnologias não substituem também as formas tradicionais de anteder os pacientes”, ponderou.
A possibilidade de fazer alunos de áreas remotas do país terem aulas com profissionais de destaque foi mencionada durante o debate pelo deputado federal Dr. Luizinho (Progressistas-RJ). “Isso pode ajudar na maior oferta de profissionais qualificados, trazer grandes figuras para o ensino médico por meio do ensino remoto”, disse.
Ensino Médico Pós-Pandemia
O webinar abordou como a inovação pode ser uma aliada na prática acadêmica e na formação continuada dos profissionais.
Participaram do evento:
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado e ex-ministro da Saúde; o deputado federal Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (Progressistas-RJ); o deputado federal Dr. Frederico de Castro Escaleira (Patriota-MG); e o CEO da Afya, Virgilio Gibbon.
O seminário virtual foi feito em parceria com a Afya. O grupo de educação é o que tem mais vagas entre as faculdades de Medicina do país (2.611), com 18 instituições de Ensino Superior em 11 Estados do Brasil. A empresa foi a primeira de educação médica do mundo a abrir capital na bolsa Nasdaq em julho de 2019.
A mediação do seminário foi feita pelo diretor de Redação do Poder360, Fernando Rodrigues.
Fonte: Poder360
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