Imagerm: Terra
O mercado educacional tem observado nos últimos anos um aumento significativo no número de estudantes com idade acima de 60 anos buscando oportunidades de ensino superior. Na última década, a rede privada registrou um aumento de 15,6% de matrículas de estudantes com 60 anos ou mais nos cursos presenciais, de acordo a pesquisa Mapa do Ensino Superior de 2023, realizada pelo Instituto Semesp (Excelência a Serviço do Ensino Superior).
Esta foi a única faixa etária que registrou crescimento no número de inscrições no ensino presencial, segundo o levantamento. Já levando em conta o Ensino a Distância (EaD), os estudantes sêniores aumentaram em quase seis vezes, pulando de 4.284, em 2011, para 25.093, em 2021.
Para o diretor do grupo Quero Educação, Marcelo Lima, esse aumento dos estudantes mais velhos é resultado do aumento da longevidade da população brasileira, somado à busca contínua por atualização profissional e realização pessoal.
“O aumento da expectativa de vida e a busca por novos conhecimentos e habilidades têm impulsionado a procura de cursos de graduação e pós-graduação por parte dos estudantes com mais de 60 anos. Com um perfil diversificado e experiências de vida enriquecedoras, esses alunos têm muito a contribuir para o ambiente acadêmico e para a sociedade como um todo”, afirma o especialista em educação.
A Quero Bolsa, plataforma que oferece bolsas de estudos no ensino superior, possui 4.856 pessoas com 60 anos ou mais matriculadas. Para atender a essa demanda de forma eficaz, as instituições de ensino superior precisam repensar suas estratégias pedagógicas e sua infraestrutura.
Marcelo Lima considera que é essencial que as instituições de ensino superior ofereçam cursos flexíveis, que considerem as necessidades específicas desse público, como horários diferenciados, conteúdos adaptados e apoio acadêmico personalizado.
Além disso, é importante garantir uma infraestrutura acessível e acolhedora, com instalações adequadas para as necessidades físicas e tecnológicas dos estudantes com mais de 60 anos.
“Os estudantes mais maduros muitas vezes possuem outras responsabilidades, como trabalho e família. Oferecer horários flexíveis para as aulas pode facilitar a participação desses alunos. A acessibilidade é um ponto fundamental, incluindo rampas, elevadores, banheiros adaptados e recursos tecnológicos que facilitem o acesso às informações e à comunicação. Além disso, muitos estudantes mais velhos podem sentir-se inseguros ao retornar aos estudos. Oferecer suporte acadêmico e orientação personalizada pode ajudá-los a superar esses desafios. A presença de pessoas mais velhas na educação superior é um ganha-ganha para todos, que se beneficiam com as trocas geracionais”, complementa.,
Fonte da Notícia: TERRA