Por José Carlos de Souza Junior*: Em maio, o Semesp comunicou a criação do seu Conselho Consultivo. Trata-se de um conselho de composição diversificada que congrega gestores de IES e lideranças da sociedade brasileira.
Foram convidados 25 integrantes, sendo 24 ligados a instituições do Brasil e um do exterior (México). A abrangência nacional fica clara ao se verificar que os 24 integrantes ligados a instituições do Brasil também representam 10 estados brasileiros e mais o Distrito Federal.
A diversidade também se faz presente nas tipologias de IES: 16 dos 25 integrantes são da alta gestão de IES brasileiras, mesclando Universidades, Centros Universitários e Faculdades. A sociedade também contribui com 9 dos 25 integrantes. Esta diversidade permite ao Conselho Consultivo uma visão ampla dos problemas da educação brasileira e uma postura colaborativa nas propostas de encaminhamento das soluções. A implantação do Conselho Consultivo recebeu pleno apoio da atual presidente do Semesp, a professora Lúcia M. Teixeira, e conta com a ativa colaboração de toda a diretoria e equipe do Semesp. O Conselho Consultivo não possui poder decisório, mas permitirá ao Semesp aprimorar suas ações (estratégias, projetos e iniciativas), além de melhor se adaptar ao atual dinamismo das IES e dos impactos nelas gerados pelas alterações na conjuntura econômica e política.
A primeira reunião do Conselho Consultivo ocorreu em 29 de maio de 2023 e contou com a presença de 21 Conselheiros Consultivos, da presidente e de diretores do Semesp, bem como de diversos membros da equipe do Semesp.
Como ponto de partida para os trabalhos do Conselho Consultivo optou-se pelo documento Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro, lançado pelo Semesp em 2017 e atualizado em 2018 e 2022. Nesse documento, são identificadas sete áreas fundamentais para o aprimoramento do ensino superior brasileiro: Governança, Regulação, Avaliação, Financiamento, Educação Profissional, Formação de Professores e Ciência & Internacionalização.
O Conselho se manifestou pelo levantamento do atual estado de cada uma dessas sete áreas e como evoluíram as propostas atualizadas no início de 2022. Também ficou estabelecido que o resultado do V Encontro Internacional de Reitores Universia realizado em Valência (Espanha), em maio de 2023, expresso na Declaração de Valência sobre Universidade e Sociedade, seja considerado quando do levantamento.
A saber, também foram em número de sete os compromissos estabelecidos em Valência: Atuar por uma sociedade melhor, aprendizado contínuo, educação integral, habilidades empreendedoras, pesquisa aberta, mobilidade inclusiva e ação colaborativa. Compromissos que se mostram incontestavelmente alinhados como as áreas fundamentais de atuação estabelecidas pelo Semesp.
O Conselho também se mostrou preocupado em apoiar ações que permitam ampliar as discussões referentes à tríade: regulação, avaliação e supervisão – estimulando o protagonismo das IES na propositura de aprimoramentos nesses temas. “A inconstância da política pública regulatória e seus efeitos sobre o papel das mantenedoras privadas como gestoras de IES” e a “Coleta de dados para identificar talentos, fortalecer programas afirmativos e empregabilidade” foram dois temas apresentados e analisados pelo Conselho Consultivo, pois podem refletir diretamente na melhoria da eficácia e eficiência do ensino superior brasileiro.
Houve também apresentação do tema “O Semesp e a articulação nacional com os associados e com Brasília”, em que se enfatizou a necessidade da constante aprimoração da interlocução do Semesp com o MEC.
Como ponto final da primeira reunião do Conselho Consultivo do Semesp, manifestou-se o desejo da tomada de uma postura protagonista por parte do Semesp na discussão sobre o uso da inteligência artificial no âmbito educacional.
Tendo a satisfação e a honra de integrar o Conselho Consultivo, entendo que iniciativas como a criação pelo Semesp do seu Conselho Consultivo, com as características de diversidade que sua composição apresenta e com a predisposição da entidade em ouvir o que o Conselho pode trazer de contribuição para o debate sobre a educação no Brasil, podem elevar em muito a abrangência e efetividade do Semesp na definição do futuro do ensino superior brasileiro e assim na própria definição do que seremos como país.
*José Carlos de Souza Junior é Reitor do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Paulo, e integrante do Conselho Consultivo do Semesp.
Fonte da Notícia: REVISTA ENSINO SUPERIOR