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Estratégias educacionais para salas de aula colaborativas

As novas tecnologias da informação e comunicação nos oferecem poderosas ferramentas para amplificar estratégias de ensino e de aprendizagem. Elas perpassam nossas vidas, mas ainda há desafios quando nos deparamos com situações reais, na prática educacional. Uma das principais alternativas – na verdade, tendência mundial – é o estabelecimento de salas de aulas colaborativas concentradas em recursos digitais.

Esses espaços estão relacionados ao conceito de salas de aula repletas de mídia ou ricas em possibilidades digitais, conceitos que começaram a ser popularizados por John Brown e Paul Duguid no início dos anos 2000. Eles já apontavam a importância da utilização de computadores, tablets e dispositivos móveis, mas, hoje, a visão e práticas sobre a gestão colaborativa de informações e saberes vão bem mais além.

Hoje vivemos a transformação digital, concentrada na hiperconexão. Assim, pensar em estratégias para salas de aula colaborativas implica observar atentamente o que acontece fora delas, desde o ensino presencial, no híbrido e no totalmente digital. Já paramos para refletir assertivamente sobre como nossos professores podem usar mídias de forma eficiente? Quais os riscos ou benefícios dessa transformação acelerada? Como capacitar e encorajar os docentes a mudarem seus perfis?

Usar a cibergogia, a pedagogia dos mundos virtuais, criar ecossistemas de aprendizagem ricos em mídia e investir em metodologias ativas são diferenciais em instituições de ensino, especialmente as de nível superior, sobretudo por conta da intensa concorrência. A constante inovação é regra. Reforcei minhas conclusões nestes últimos três anos participando do desenvolvimento e atividades do Sistema de Aprendizagem Ubíqua, do Grupo Ser Educacional.

Nesse sistema de aprendizagem, as salas de aula colaborativas consistem em uma das estratégias mais importantes. Elas vieram para ficar. Nas Instituições de Ensino Superior do Grupo Ser Educacional, já conseguimos construir um sólido portfólio de ações colaborativas que fazem parte dos planos de ensino, e muitas delas são registradas na plataforma de streaming educacional da organização.

Professores utilizam os recursos de mídia para conectar ainda mais os alunos. Os discentes passaram a desenvolver habilidades de trabalho em equipe, com formação de “times” para solucionar desafios colaborativos pautados em situações reais do mercado de trabalho em suas áreas. Os melhores projetos avançam para a etapa de mentoria em empreendedorismo e inovação.

Ou seja, o eixo dos aprendizados de vida já mudou em nossas vidas. Em todo o mundo, a sala de aula tradicional, com somente um professor guiando um grupo de alunos, é cada vez menos atraente. Centenas de grupos dedicados à educação experimentam novos métodos de ensino que envolvam a formação de coletivos e a aprendizagem colaborativa.

Nesse sentido, um dos métodos mais eficientes é o da aprendizagem invertida. Com uso de recursos digitais, alunos compartilham informações, observações e saberes construídos entre si, ao mesmo tempo em que avançam no conteúdo. Outros professores ou profissionais podem compartilhar conhecimentos dentro dessa mesma disciplina a qualquer hora ou de qualquer lugar do mundo.

Acredito que a utilização de tecnologias colaborativas na educação tem mudado a forma como enxergamos o ensino superior. Por isso, aumenta também a necessidade de capacitação de professores e o investimento em pedagogias disruptivas. Não basta criar recursos digitais, por exemplo; precisamos gerenciá-los com eficácia. Nesse contexto, tenho reforçado cada vez mais a centralidade do conceito pedagógico, do que realmente desejamos transformar.

A comunicação deve ganhar espaço além de sua tradicional presença transversal nos projetos pedagógicos. Além de ser o cerne de processos colaborativos, permite aos alunos desenvolverem soft skills valorizadas no mercado e outras habilidades importantes para o sucesso em inúmeros ambientes de trabalho globalizados. Como resultado imediato, estratégias comunicativas aumentam o engajamento dos estudantes e melhoram o desempenho acadêmico.

Salas de aula colaborativas não precisam ser restritas a uma só disciplina. Pelo contrário. É cada vez mais comum no ensino superior o desenvolvimento de projetos interdisciplinares, com equipes em atuação além dos momentos com o professor. É justamente com o apoio de novas tecnologias que os professores devem estimular a autonomia desses alunos e seus grupos a continuar nas trilhas de aprendizagem com a autonomia desejada.

*Simone Bérgamo é Diretora Acadêmica do grupo Ser Educacional.

Fonte da Notícia: REVISTA ENSINO SUPERIOR

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