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AVALIAÇÃO IN LOCO: MODELO VIRTUAL SE CONSOLIDA COMO ALTERNATIVA ÀS AVALIAÇÕES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, apresentou os resultados e as perspectivas do processo de avaliação dos cursos de graduação durante debate sobre os impactos da pandemia na educação brasileira. No último encontro da temporada do Ciclo de Debates, promovido pelo Ministério da Educação (MEC) e realizado nesta quinta-feira, 28 de outubro, Danilo Dupas revelou os dados mais recentes da avaliação externa virtual in loco.

O modelo foi implementado em 26 de abril, na gestão de Dupas, com o objetivo de ajudar a transpor as dificuldades impostas pela crise sanitária. Desde então, foram 3.021 avaliações (virtuais e presenciais). A média de anos anteriores à pandemia era de 5,5 mil visitas anuais. Em 2020, ano em que a crise sanitária eclodiu, foram 544, ao todo. A estimativa é de 5 mil visitas até o fim de 2021.

Durante o encontro, Dupas agradeceu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro; ao secretário executivo do MEC, Victor Godoy; ao secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Paulo Almeida; à diretoria da Avaliação da Educação Superior do Inep, em nome do diretor Luís Filipe de Miranda Grochocki e sua equipe; à Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes); e às associações das instituições de educação superior, que participaram das reflexões. De acordo com o presidente, todos os esforços reunidos foram fundamentais para a inovação das avaliações.

Trajetória
Sob o tema “Modernização do processo de avaliação in loco, no âmbito do Sinaes”, o presidente do Inep detalhou o processo de implementação do modelo virtual, desde a adaptação dos procedimentos ao formato remoto até a realização das visitas e os resultados alcançados. De acordo com Dupas, os principais desafios para a modernização do formato estão ligados a questões históricas que foram agravadas pela pandemia. Entre outros fatores, estão o alto volume de visitas pendentes às instituições de educação superior, a dificuldade para garantir a qualidade das avaliações e o custo elevado delas. Segundo ele, também era necessário melhorar a comunicação entre o Inep e a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) no que diz respeito ao processo avaliativo.

“O ministro da Educação, senhor Milton Ribeiro, estava incomodado. Não podíamos deixar a situação piorar. Ele sempre nos pautou em superar desafios, com sustentabilidade. Então, precisávamos trazer novas propostas, não só para o contexto da pandemia, mas que também fossem perenes. O Inep tinha que pensar em uma alternativa para realizar e fortalecer as visitas, além de acelerar os resultados, resguardando a qualidade”, explicou Dupas.

CTAA
Para a modernização da avaliação in loco, foi fundamental, ainda, elevar a produtividade da Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA), instância recursal do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e do Sistema de Avaliação de Escolas de Governo (Saeg). Outro foco foi reduzir as reclamações sobre a avaliação e o volume de cancelamento voluntário de cursos, que eram constantes. Até a implementação do modelo virtual, 857 processos de avaliação estavam estagnados. O número caiu para 185 em outubro.

Sustentabilidade
O presidente do Inep, Danilo Dupas, destacou a redução no custo de transação com o novo modelo para todos os envolvidos, além da transparência na prestação de contas. Em 2017, o custo médio por avaliação era de R$ 7.391,75. Após uma pequena variação em 2018, os valores chegaram a R$ 8.167,95, em 2019, e saltaram para R$ 13.621,57, em 2020. No ano de 2021, as despesas somam, ao todo, R$ 3.822,42, até então.

“Isso mostra que o novo modelo vai além de uma solução para os problemas causados pela pandemia. Ele é sustentável”, afirmou Danilo Dupas, que destacou, ainda, a qualificação proporcionada pela modernização do formato. “Trabalhamos não só na implantação de uma nova metodologia, mas também na especialização desses professores. Até então, 5.168 foram capacitados”, pontuou.

Para a secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior Substituta do MEC, Cristiane Lepiane, a consolidação do modelo virtual é “imprescindível” para o processo avaliativo. “A partir dessa iniciativa, vivemos a maximização dos recursos disponíveis, na prática”, salientou.

Piloto
Durante a implementação da avaliação externa virtual in loco, duas instituições de educação superior foram convidadas a participar do teste da avaliação virtual. Diretor acadêmico da Faculdade Descomplica, uma das instituições participantes do projeto piloto, Francisco Borges chamou a atenção para a credibilidade e transparência do modelo, já que estão previstas práticas auditáveis e alinhadas à atualidade. “Tudo é resolvido com mais facilidade porque os materiais são disponibilizados com antecedência e de forma confiável. O uso de recursos tecnológicos também garante que os ambientes da instituição estão de acordo com os critérios estabelecidos e tudo isso fica registrado ao longo do processo”, destacou.

Receptividade
O diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier, a convite de Danilo Dupas, apresentou dados da pesquisa realizada pela entidade sobre a implementação da avaliação virtual in loco. “Assim como houve um impacto muito forte da pandemia, com o qual tivemos que lidar, a avaliação virtual in loco também causou um impacto inicial”, explicou. Ao todo, 202 associadas participaram do levantamento, realizado entre 19 de julho e 23 de agosto. Durante esse período, 46% delas já haviam recebido visitas. A pesquisa revelou, ainda, que 72% das instituições preferem o modelo virtual ao presencial e 84,9% delas gostaria que a avaliação virtual permanecesse após a pandemia.

Ciclo de Debates
O evento desta quinta-feira (28) foi o último de 12 encontros promovidos pelo MEC para tratar sobre os impactos da pandemia na educação. Todos os ciclos de debates foram transmitidos pelo canal do ministério no YouTube, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Entre outros objetivos, o conjunto de seminários buscou apresentar diagnósticos e propor soluções que permitam a adoção de medidas articuladas para verificar as respostas aos efeitos provocados pela pandemia.

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FONTE: ABMES

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