‘VACINAÇÃO NÃO DEVE E NÃO PODE SER A CONDIÇÃO PARA O RETORNO PARA AS AULAS PRESENCIAIS’, DIZ MILTON RIBEIRO

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu nesta terça-feira que as escolas públicas retomem as aulas presenciais mesmo sem a imunização de profissionais da educação, na esteira do que é dito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Além disso, o pastor e professor aifirmou que que essas atividades devem ser classificadas como essenciais, com a aprovação de projeto de lei que tramita no Senado.

— A vacinação não deve e não pode ser a condição para o retorno para as aulas presenciais — disse.

No início deste mês, as duas pastas lançaram o protocolo para volta às aulas, com medidas já anunciadas em outubro. Já a proposta que determina que aulas do ensino básico ao superior sejam serviços essenciais durante a pandemia da Covid-19 foi aprovada na Câmara dos Deputados em 21 de abril em meio a um intenso debate. Também prevê que a suspensão das aulas só poderá ocorrer se não houver condições sanitárias nos estados, no Distrito Federal ou nos municípios.

— A educação é vedete do pós-pandemia. Não há outro assunto se não recobrarmos o tempo. Não creio que foi perdido, mas o tempo que foi usado com todas as dificuldades que tivemos para a educação — continuou, no seminário “Educação híbrida e os novos quadrantes do ensino e da aprendizagem”, realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).

Durante o evento, Ribeiro tentou se explicar justificar declarações que geraram críticas. Disse que suas falas “a universidade deve ser para poucos” e sobre alunos com deficiência “atrapalharem” outros estudantes foram tiradas de contexto, porque “jamais usaria terminologia baixa e preconceituosa”.

— Quando falei no meio de uma conversa que a universidade não é para todos, eu estava comparando o ensino técnico com o ensino superior. Não basta apenas ter um diploma de nível superior para que se coloque no mercado de trabalho.

O ministro endossou apoio ao ensino técnico, que, na sua visão, não prejudicaria o ensino superior, para o qual defendeu a ampliação do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Voltou a se justificar, contudo, ao afirmar que 1 milhão de estudantes estão inadimplentes, o que pode prejudicar novos financiamentos. Para o pastor e professor, nem todos os estudantes tem uma “chamado” para prosseguir nos estudos:

— Nós estamos vendo aqui, com os nossos técnicos, a possibilidade desses alunos que fizeram curso técnico, que eles possam aproveitar os créditos para poderem ascender ao ensino superior da graduação. (A universidade) não é para todos nesse sentido, porque tem alunos que não tem esse chamado, por exemplo, para um estudo de mestrado, doutorado ou coisa do tipo. O ensino técnico, que lhe dá condição de sustento e de conduzir sua família a um outro patamar, eles param por aí.

Sem máscara, o ministro participou de audiência na Câmara dos Deputados, onde voltou a se justificar:

— O que eu quero entregar para a nação brasileira como minha resposta de gratidão e idealismo por ter estudado em escola pública é um resultado, um legado, alguma coisa realmente factível. Não tenho interesse em virar celebridade, não sou candidato, não sou filiado a partido. Respeito a classe política, mas tenho nenhuma pretensão dessa natureza. (…) O que tenho feito é trabalhar — declarou à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO).

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) também iriam à reunião, mas adiaram a participação.

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FONTE: ABMES